Impacto do COVID-19 no sistema de saúde e a resposta fiscal brasileira
Os primeiros casos de COVID-19 no Brasil foram registrados no final de fevereiro. A partir de meados de março, o número de infecções cresceu mais rapidamente e os estados mais populosos adotaram medidas de distanciamento social, como suspender eventos sociais e culturais, fechar lojas de artigos não-essenciais e shopping centers, diminuir a capacidade de bares e restaurantes para um máximo de 30%.
Muitas empresas nas áreas urbanas adotaram medidas voluntárias de quarentena, o trabalho remoto no setor de serviços aumentou e algumas fábricas suspenderam suas operações. O turismo também foi afetado, pois o governo federal proibiu turistas estrangeiros de entrar no país no final de março, estendendo a medida que no começo incluía somente os cidadãos do leste asiático, de países europeus e da Austrália, para outros países.
Para lidar com o impacto potencial no sistema de saúde, o governo federal alocou recursos adicionais para aumentar os testes e fornecer melhores cuidados aos pacientes com COVID-19.
Além disso, as autoridades também anunciaram medidas econômicas para apoiar famílias, empresas e governos locais. Prevê-se que o pacote de assistência econômica e de saúde atinja 7,7% do PIB em 2020. Também vai gerar um déficit orçamentário primário de cerca de 9,9% do PIB, bem acima da meta de 1,7% do PIB, que o governo teve que desistir para lidar com a pandemia.
Como consequência, a dívida bruta das administrações públicas, que atingiu um recorde de 79,7% do PIB em abril, poderá ultrapassar 93% do PIB em 2020.