EMIS Insights – Brasil Setor de Bens de Consumo e Varejo 2T 2021
A recuperação do comércio varejista no Brasil perdeu ritmo no primeiro trimestre de 2021. Uma nova onda de infecções pela Covid-19, novas restrições à operação de lojas físicas, o cancelamento do Carnaval, o fim do pagamento do auxílio emergencial e as crescentes pressões inflacionárias prejudicaram as vendas em praticamente todos os segmentos do varejo. Mesmo assim, investidores locais e estrangeiros continuaram a investir no setor, com expectativas para uma recuperação da atividade nos demais trimestres de 2021.
Após dois trimestres consecutivos de aumento, o volume de vendas do comércio varejista nacional caiu 0,6% no primeiro trimestre de 2021 na base anual. Uma nova onda de infecções pela Covid-19 que envolveu o país levou os governos estaduais a introduzirem restrições severas às operações de vários canais de varejo, incluindo a redução do horário de funcionamento, o fechamento de lojas no final de semana, a limitação do número de clientes permitidos nas lojas, e a proibição da venda de alguns bens não essenciais.
O Carnaval de 2021 também foi cancelado, o que criou grandes perdas para os setores do varejo, hotelaria e turismo. O Rio de Janeiro – que tradicionalmente sedia o maior carnaval do Brasil – perdeu R$ 5,5 bilhões com o cancelamento do evento, o equivalente a 1,4% do PIB carioca, segundo o Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (FGV IBRE). O poder de compra das famílias também foi prejudicado pelo fim do auxílio emergencial em dezembro de 2020 e pela inflação galopante.
Apesar do ambiente sombrio, o setor do varejo do Brasil continuou no radar dos investidores nos primeiros quatro meses de 2021. O setor registrou um grande negócio – a aquisição do Grupo BIG (antigo Walmart Brasil) pelo Atacadão – a unidade brasileira do varejista francês Groupe Carrefour – por R$ 7 bilhões. A transação, prevista para ser fechada em 2022, vai consolidar as posições do Atacadão como o maior varejista de alimentos do Brasil, com 876 lojas, cerca de 137.000 funcionários e vendas brutas anuais de mais de R$ 100 bilhões.
Em resposta ao crescimento das compras online incitado pela pandemia da Covid-19, os varejistas também continuaram a investir em estratégias omnichannel. Um exemplo de destaque é a rede varejista Lojas Americanas que em abril de 2021 revelou um acordo para unir operações com sua unidade de e-commerce B2W com o objetivo principal de impulsionar a experiência omnichannel dos clientes. Como o e-commerce permaneceu o segmento do varejo mais dinâmico, ele continuou a atrair o interesse de investidores nacionais e estrangeiros.
Três varejistas online – Westwing Comércio, Mobly e Allied Tecnologia – concluíram com sucesso ofertas inicias de ações (IPOs) na Bolsa de Valores B3, arrecadando um total de US$ 370 milhões. Segundo o banco de dados da EMIS DealWatch, outros 12 varejistas online receberam US$ 253,6 milhões de investidores nacionais e estrangeiros entre janeiro e abril de 2021. O maior negócio foi a rodada de investimentos da Série E da varejista online de móveis MadeiraMadeira no valor de US$ 190 milhões. Como resultado da transação, a MadeiraMadeira se tornou o primeiro unicórnio brasileiro de 2021, com um valor de mercado de mais de US$ 1 bilhão.
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